Prólogo
Era o ano de 2112. A raça humana estava se recuperando aos poucos da invasão alienígena que havia acontecido há 100 anos que a extinguiu quase toda. Os sobreviventes haviam se reunido em vilas, que agora seguiam antigas tradições.
O sol estava alto no céu, o garoto sorriu satisfeito pelo belo dia. A leve brisa bateu em seu rosto, fazendo seus cabelos castanhos e curtos balançarem. Suas roupas simples também balançavam. Estava usando uma bermuda cheia de bolsos, cor verde-musgo. Sua blusa tinha manga curta, com dois bolsos apenas, era simples e branca. Se sentia confortável com essa roupa.
Adorava essa vila, mas odiava a alienação que a cercava. Às vezes podia jurar que era o único que possuía mentalidade ali. A vila estava tendo diversos problemas, como a morte de diversas crianças. O sacerdote chamava aquilo de “maldição”. Essa “maldição” parecia estar afetando todas as crianças da cidade, fazendo elas pararem de comer e vomitarem até sua morte... Era algo cruel.
Ao contrario de muitos personagens principais, Nik não era órfão. Pelo contrario, tinha pais e seus pais estavam muito bem saudáveis.
O único problema em sua família era seu irmão mais velho, que havia sumido de repente, o que deixou todos muitos preocupados. Ele era próximo do irmão, ficou abalado com a situação, mas não ligou muito. Seu irmão sempre o incentivou a ter aventuras. Foi o que sempre falou em seguir o próprio caminho. Isso era o que devia ter acontecido.
A reunião da vila estava próxima, mas não estava nem um pouco a fim de ouvir as baboseiras que vinha do sacerdote da vila. Sua mãe, que era crente no que o sacerdote dizia, provavelmente iria forçá-lo a ir. Contra sua vontade, claro.
Embora Nik sempre tivesse sido incentivado pelo irmão para ir à busca de aventuras, ele não era bem desse tipo. Preferia ficar em casa, tendo uma vida boa sem preocupações. Seu irmão era o contrário disso.
Nik lentamente abriu os olhos verdes claros, tendo uma boa visão da vila. Não era muito especial, era basicamente um amontoado de casas pequenas e apertadas. O que se mais destacava ali era o templo, que era enorme. Era ali em que o sacerdote morava.
Não entendia porque o sacerdote tinha que ser tão privilegiado enquanto os moradores que trabalhavam e batalhavam para conseguir aquelas casas apertadas. Achava isso revoltante. Além de que o próprio sacerdote dizia ter “o poder de ver o futuro”, em que não acreditava nisso nem um pouco.
Suspirou. Desejava não morar nessa vila.
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Estava com fome, sede, sono... Arfava enquanto caminhava. Devia estar perto da próxima vila. Havia andado demais, não iria agüentar mais por tanto tempo. Suas pernas tremiam um pouco. Era duro viajar sozinho daquele jeito.
Observava a paisagem curioso. Havia escolhido esse caminho, não é mesmo? Seus lábios lentamente formaram um sorriso e seus olhos azuis se dirigiram para o céu, satisfeito. A brisa batia nele, fazendo seus cabelos também azuis se mexerem um pouco.
Suas roupas estavam meio molhadas de suor. Sua blusa regata preta estava coçando pelo fato de ser um pouco apertada. Ainda não entendia porque havia inventado de usar um cachecol vermelho ao redor do pescoço. Também não entendia porque estava usando uma calça azul escuro folgada. Estava bastante incomodado com as roupas, mas já deveria ter se acostumado. Como se não bastasse, ainda estava carregando uma mochila enorme com todas as coisas que precisava para sobreviver essa sua jornada e não podia se esquecer de suas duas espadas.
Embora estivesse muito desconfortável, estava feliz pelo fato de ter finalmente conseguido partir e seguir um caminho. Afinal, ele era um caçador.
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O que ela estava fazendo, correndo desesperada daquele jeito? Tropeçava levemente nas pedras do caminho, seus pés doíam e estavam muito machucados. Seus cabelos róseos estavam bagunçados. Tinha que correr, que continuar correndo. Não iria ficar ali, não mesmo.
Finalmente longe do local, parou para descansar em um lugar escondido. Não iriam achá-la ali.
Tirou a blusa que estava usando antes, ficando apenas com seu sutiã de malha, que mais parecia um biquíni, fazendo seu abdômen ficar a mostra, também umas “marcas” que mais pareciam com tatuagens ficarem a mostra.
Rasgou sua saia, fazendo a parte de frente e a parte de trás ficarem em forma triangular. Por sorte, estava usando um short curto branco.
Estava descalça, desarmada, sem lugar pra ir. Mas levantou-se bruscamente e continuou correndo. Iria conseguir se virar de alguma forma, sempre conseguia. O que não podia aturar era continuar naquele local.
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